Poema de Amor
Gilka Machado
Ser a atmosfera
que respiras,
conter-te em mim
como numa redoma,
entrar-te pelo olfato,
assim como as aspiras
invisíveis, do aroma…
Ser teu ambiente,
ser teu espaço circundante,
sentindo em mim roçar,
constantemente,
teu gesto palpitante…
Ser o silêncio
em que te enfurnas,
guardar teus
lentos pensamentos,
pelas horas noturnas…
Ser o teu sono,
sentir-te assim
como ninguém te sente
– abandonado
completamente
completamente esquecido
em mim…
Oh! meu prazer!
– sentir-te
e penetrar-te;
– em toda hora,
em toda parte,
gozar teu ser!
Sem que
o pudesses perceber;
– ser por ti absorvida;
– encher com minha vida
a tua vida